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  • Foto do escritorDeise Jacinto

A arte livre da religião

Atualizado: 24 de jun. de 2020

Não é novidade para ninguém que conhece (ao menos um pouco) meu trabalho

que cresci em uma comunidade religiosa tradicional e conservadora. Recebo inúmeras vezes a pergunta: “qual religião você pertence?” “você é da igreja...?”

Entendo a necessidade das pessoas de colocar tudo em uma caixinha, saciar a curiosidade ao saber se compartilho das mesmas tradições que elas.

Percebo também na insistência um desconforto quando escolho não responder essa pergunta. Por vezes acho até invasivo pois considero esse assunto pessoal, relativo à pessoa física e não à persona artística.

Comecei a fazer música dentro do mercado gospel, focada muito no público da igreja em que frequento. Tentando até ser aceita neste meio. Por um tempo fez muito sentido para mim servir com a minha arte essa comunidade, apenas.

Hoje, me entendendo melhor como artista, traçando e planejando minha carreira estrategicamente decidi não focar minha energia dentro deste mercado.. (já falei sobre isso em outro texto inclusive.)

Escolher se posicionar dentro de um time, partido político, ideologia, igreja, tem suas consequências, escolher não estar em algumas caixas, também tem.

Em outras profissões me parece que não há essa necessidade de posicionamento. A gente não pergunta a religião do nosso dentista para escolher ser atendido por ele (eu pelo menos não pergunto rsrs).

Para mim a escolha de pertencer ou não a uma comunidade oficialmente é algo muito íntimo e separar essa escolha da minha carreira artística tem sido algo fundamental na minha caminhada. Ao meu ver, a arte não deveria, mesmo dentro das paredes da igreja ser proselitista. Ela precisa ser isenta da necessidade de justificativa.

A arte pode estar a serviço da graça, do amor, da beleza de uma caminhada com Deus, de uma vida leve, mas nunca a serviço da religião. É por isso que essa pergunta não tem minha atenção.

Me parece que as pessoas que perguntam insistentemente precisam dessa resposta para se conectar com minha música, o que é estranho, pois se meu trabalho não é suficiente para ter sua atenção, talvez eu não seja seu artista e você não seja meu público. E tá tudo bem :D!

Acho que a gente precisa aprender a separar essas coisas, tenho feito isso e assim deixo meu trabalho mais leve. Sou muito grata e orgulhosa da minha caminhada e isso me deixa ainda mais livre para cantar das coisas bonitas da vida!

Acho que é isso gente, até o próximo texto!

Beijos


Deisica

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