Deise Jacinto
Cicatriz
Atualizado: 24 de jun. de 2020
desta vez me dei o direito de só cantar.
com toda a minha alma, com toda a voz que um dia eu engoli.
sempre achei meu canto muito sem brilho, fosco. achei que seria melhor me olhar/fugir como compositora.
assim minha voz poderia se esconder atras de um texto pacientemente pensado.
escrevendo eu não gaguejo, não engasgo, não falta o ar, posso voltar, apagar e esconder minhas fraquezas.
mas no fundo, dar mais valor à compositora e se esconder atrás do violão, era só medo de mostrar a vulnerabilidade na textura da minha voz.
sair deste lugar confortável e se expor para ser visto de verdade não foi um processo fácil, nunca é.
a professora maravilhosamente exigente que me ajudou, disse: chega de brincar de cantar! cante de verdade!
juro que cantei Amélia, juro.
um viva aos professores que sabem cavar e achar as vozes escondidas no fundo da alma! #Cicatriz #25deoutubro
